O Vinho Chianti: O Galo Negro da Terra do Pôr do Sol
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Este vinho é pura tradição e história. Um dos grandes clássicos do mundo dos enófilos, o vinho Chianti é renomado e reconhecido em todo o mundo.
O vinho Chianti não se trata de um produto único, mas sim de diversos rótulos oriundos da mesma região. A encantadora Toscana.
Ah, a bela toscana! Com seus campos e vales que se estendem até onde a vista alcança, com um pôr do sol capaz de amolecer o mais duro dos corações, é de lá que vem este magnífico vinho.
Lar da antiga civilização etrusca e lar de diversos patrimônios culturais da humanidade pela UNESCO. De suas vistosas videiras se colhem as abençoadas uvas que darão origem ao vinho Chianti.
A etimologia da palavra “Chianti” é controversa. Muitos dizem que significa “bater de asas” ou mesmo “fanfarra”, de origem etrusca. Ela batiza as montanhas nas quais se produz o vinho Chianti.
O vinho Chianti é feito das uvas Sangiovese e Canaiolo, uvas de cor escura e voltadas para o vinho tinto, e das uvas brancas Malvásia e Trebbiano. Esta combinação especial é responsável por este vinho único.
Mas especial também é a história do vinho Chianti, que vamos conhecer agora.
Muito Antigo...
A história do vinho Chianti é antiga e remonta à época dos senhores da Florença (região da Toscana), os Médici.
Eles criaram uma das mais vistosas repúblicas já vistas, a partir do século XII, e são responsáveis pelo Renascimento, sendo dele seus principais patronos.
Para defender suas terras, os Médici criaram ligas militares em várias cidades. Entre elas está a Liga de Chianti, que reunia soldados das vilas de Radda, Gaiole e Castellina, esta última um grande centro produtor do vinho Chianti.
Várias batalhas foram travadas entre Florença e Siena até 1774, e destas batalhas que uma das lendas ligadas ao vinho Chianti surge.
Antigamente, dizia-se, que cansados de guerrear por terras, Siena e Florença fizeram um acordo.
Um cavaleiro de cada lado sairia assim que o galo cantasse, e onde eles se encontrassem seria demarcada a terra de cada um.
Diz a lenda que os Sieneses escolheram um galo branco e forte para cantar ao amanhecer, e assim, dar partida ao seu cavaleiro. Já os Florentinos escolheram um galo negro, magro e faminto, que havia ficado diversos dias sem comida.
O galo negro e raquítico de Florença acordou primeiro, pois estava com fome, e deu seu canto bem antes que o galo do rival. Isto fez que o cavaleiro Florentino tivesse ampla vantagem sobre seu oponente.
Dentre os 60 quilômetros que dividiam as duas cidades, os sieneses ficaram só com 12, e os florentinos com 48. Dentro destes 48 quilômetros ficavam as montanhas Chianti de onde se produzia o vinho.
Por isso muitos vinhos Chianti tem o galo negro no rótulo, lembrando desta famosa lenda.
Mas lendas são lendas, e provavelmente a região das montanhas Chianti foram cedidas pela Igreja Católica à Florença, fiel ao Papa, e não para Siena, que obedecia ao sacro Império Romano, em um tratado de 1203.
Desde 1398 existem documentos que falam do vinho, mas ele ficou registrado para sempre na história em 1716.
Neste ano, Cosimo III de Médici definiu que as três cidades da Liga de Chianti poderiam colocar o nome de Chianti nos seus vinhos.
Características Incomuns
Como já dito, o vinho Chianti é feito a partir de uma combinação de diversas uvas, mas a Sangiovese é claramente a principal e mais predominante.
O vinho Chianti possui aromas frutados, com um sabor picante, mas de forma leve e sutil, e com bastante acidez.
Um Chianti clássico tem graduação alcoólica de 12%. Quando jovem, apresenta-se mais leve, mas os envelhecidos possuem coloração vermelho-escuro e são bem encorpados, um pouco mais alcoólicos.
Para a harmonização, nada como uma massa com molho de tomates frescos. Queijos como parmesão também harmonizam com perfeição
As regras de produção são bastante rígidas, e podemos citar alguns vinhos Chianti dignos de nota, como:
- Cecchi Chianti Classico Riserva di Familia – com toques terrosos e de frutas vermelhas, além de notas florais, ervas e especiarias doces. Bom volume e potência, com taninos finos e de ótima textura;
- Cortevecchia Chianti Classico Riserva 2008 – com bom equilíbrio e bastante ácido, além de ser frutado e suculento, com um retrogosto persistente com toque de groselha;
- Don Tommaso Chianti Classico 2008 – com um sabor de frutas negras e vermelhas, e notas florais, terrosas e de couro. Possui um final cheio com toques de chocolate e grafite.
Agora que você conhece mais sobre o vinho Chianti, não perca tempo e vá agora mesmo saborear esta maravilha da Toscana!