A Albalonga é uma variedade germânica, e certamente menos conhecida no Brasil. Bom, pelo menos até agora. Vamos falar mais sobre ela a seguir.

O mundo do vinho nos traz surpresas inesperadas, não é mesmo?

Pois a quantidade de castas de uvas, processos e rótulos a conhecer é tão grande, que é um trabalho para a vida inteira.

Delicioso trabalho de muitas descobertas, diga-se de passagem. Por exemplo, temos uvas que não são tão populares no nosso país, como o caso da Albalonga.

Por isso que é nosso trabalho trazer luz sobre esta variedade tão especial, ainda que a informação sobre a mesma seja precária, até porque ela resulta de novos processos tecnológicos.

No entanto, pesquisamos e agora compartilhamos contigo, peculiaridades deste uva. Acompanhe!

A Origem da Albalonga

Certamente podemos afirmar que a Alemanha é conhecida por ter ótimas variedades de uvas para vinho.

No caso, a Albalonga não é uma espécie autóctone, ou seja, natural da terra, mas, sim, resultado de um cruzamento realizado de forma artificial, como veremos mais adiante.

Esta variedade de uva vinífera produz vinhos com um nível impressionante de doçura e acidez.

Além da região vinícola de Rheinhessen, a Albalonga também é cultivada em Franken (Franconia), Pfalz (Palatinato).

No entanto, também é produzida em menor escala na Inglaterra.

A Albalonga (que também é conhecida como Würzburg) é uma nova espécie que foi criada através do cruzamento entre Rieslaner e a variedade Müller-Thurgau.

O nome é derivado do latim de “alba”, que significa branco, e longa, que quer dizer isso mesmo em português e também pode ser interpretada como “Grande”.

A “Grande Branca” tem uma folhagem relativamente leve e uvas surpreendentemente delgadas e alongadas.

No início acreditava-se que uma das uvas de origem era a Silvaner, mas de acordo com a análise de DNA de 2012, a paternidade desta provou-se de fato equivocada.

Ainda assim, as semelhanças entre as duas é bem grande.

O cruzamento foi feito pelo enólogo alemão Hans Breider (1908-2000) em 1951 no Instituto Estadual de Viticultura e Horticultura da Baviera em Würzburg (logo, daí vem o outro nome da uva).

A propósito, a combinação dessas duas uvas (Rieslaner e Müller-Thurgau) deu origem a mais duas novas espécies: Fontanara e Montagna.

Características Marcantes

A casta Albalonga possui ótimo nível de acidez. As videiras produzem frutos pequenos a médios.

Aromas e sabores tropicais são quase sempre presentes nos vinhos desta casta. Também podem ser percebidas frutas secas e, em alguns casos, aromas florais.

No entanto, os rendimentos devem ser limitados para obter a desejada qualidade.

Devido a sua suscetibilidade natural à podridão nobre (botrytis), a casta é comumente utilizada na produção de vinhos de sobremesa, mostrando, portanto, sabores de frutas tropicais e secas.

Mas, a característica mais marcante da variedade é a alta acidez.

Os produtores podem deixar as uvas na videira até o outono para concentrar açúcares, porém, sem medo de perder essa acidez.

Isso, portanto, se traduz em equilíbrio e certamente mais longevidade para os vinhos.

Em algumas safras, o açúcar pode atingir níveis extremamente altos.

Deste modo, tornando relativamente fácil produzir vinhos muito doces do nível Beerenauslese ou TBA (termos para vinhos de colheita tardia ou de uvas afetadas pela “podridão nobre” e com alto nível de açúcar) a um custo relativamente baixo.

Harmonização

Geralmente a uva Albalonga produz vinhos que variam de médio a muito doce, mas preservando boa acidez, sendo uma perfeita harmonização para sobremesas.

Os vinhos desta casta combinam muito bem com merengue, torta de limão e bolo de damasco.

Sem esquecer do cheesecake, que costuma ser uma companhia bastante popular para acompanhar a Albalonga.

Vimos aqui detalhes sobre a, ainda, pouco conhecida uva Albalonga. Que tal agora aproveitar as delícias dos vinhos brancos e as possibilidades de harmonização ao aventurar com seu paladar?