Uma das formadoras da identidade dos vinhos portugueses, a uva Castelão é de suma importância para a vinicultura de Portugal.

 

Esta cepa está entres as variedades mais amplamente cultivadas, estando entre as 250 uvas nativas do nosso país-irmão.

 

Então vamos entender mais sobre a origem, características e os vinhos feitos com a uva Castelão.

 

 

Castelão ou Periquita?

 

O mundo do vinho é repleto de confusões de ordem taxonômicas. Uma uva tem nomes diferentes dependendo da época ou localidade, mas no caso da uva Castelão, o fato é ainda mais curioso.

 

Esta confusão acontece na relação entre Castelão e Periquita: muitas fontes (incluindo a Wikipédia) parecem pensar que Periquita é simplesmente um sinônimo de Castelão, mas isso está errado.

 

Periquita é um nome do produto (ou marca, se assim você preferir), propriedade da vinícola José Maria da Fonseca.

 

As misturas de Periquita sempre contiveram a uva Castelão, mas a maioria também contém quantidades variadas de outras uvas (aparentemente, apenas o vinho da Vinícola Fonseca chamada Periquita Clássica é 100% Castelão).

 

A Castelão também já foi amplamente conhecida como Castelão Francês, mas quando Portugal reforçou suas leis do vinho, o nome oficial tornou-se simplesmente Castelão.

 

Os melhores vinhos feitos com uva Castelão são oriundos da região de Setúbal, ao sul de Lisboa.

 

Lá, especificamente, existe um terroir excelente para a produção de vinhos mais concentrados.

 

É no sul de Portugal, abarcando também o Alentejo, aonde a maior parte da produção da uva Castelão é feita.

 

Apesar disso, uma pequena parcela é plantada na parte central, na região do Douro, e estas são utilizadas no vinho do Porto.

 

 

Características das Uvas Castelão e de Seus Vinhos

 

Nos vinhedos onde nascem as uvas Castelão, encontram-se cachos pequenos com bagos escuros, e com a casca grossa e em grande quantidade, principalmente se comparada à polpa.

 

É sabido que em Portugal os vinhos varietais são raros. Então é mais comum serem encontrados cortes de Castelão misturados com Aragonês e Trincadeira, os quais permitem que o vinho resultante seja mais acessível e suave.

 

Falando dos vinhos, na costa sul de Portugal, onde os terrenos são consideravelmente mais arenosos, as vinhas de baixo rendimento da uva Castelão resultam em vinhos tânicos, encorpados e bem rústicos.

 

Eles também apresentam um toque de sabor frutado que se assemelha a frutos silvestres.

 

Envelhecidos em carvalho por um período de 5 a 10 anos, estes vinhos possuem um encantador aroma de madeira e tons levemente esfumaçados.

 

Já com as uvas feitas na parte central do país, com solo mais cheio de calcário, produzem-se vinhos mais leves e frutados, que não precisam ser envelhecidos, já que são suficientemente equilibrados.

 

Para os vinhos mais clássicos que usam a uva Castelão, a cor e estrutura são excelentes e o corte leva outras uvas, que acabam por deixar a bebida mais suave.

 

Esses vinhos têm uma coloração puxada para o rubi no núcleo, ficando mais carmesim nas bordas.

 

Quando chega à boca, as sensações de frutas vermelhas, como framboesa e cereja, são percebidas.

 

Os vinhos são encorpados, equilibrado nos seus sabores, agradáveis, com final prolongado e com certo amargor no final.

 

 

Harmonização com Vinhos da Castelão

 

Para harmonizar com os vinhos feitos com a uva Castelão, guisados que são aromatizados com muitas ervas, legumes e apimentados.

 

Pratos mexicanos, como enchiladas, repletos de tomate, manjericão e cebola também combinam muito bem, assim como risotos e massas vermelhas.

 

Ah, carnes assadas e até mesmo uma boa feijoada vão bem demais com os vinhos feitos com a uva Castelão.

 

Existem muitos sabores a experimentar com os vinhos feitos a partir desta cepa. O que você está esperando?