A uva Torrontés tem ligação com: En Unión y Liberdad (Em União e Liberdade), o emblema maior da pátria Argentina.

 

 Se este emblema fosse um vinho, ele seria o Torrontés com certeza!

 

O Torrontés é sinônimo de vinho branco argentino, da mesma forma que o Malbec representa os tintos.

 

É considerado um vinho autóctone, ou seja, oriundo de um país.

 

Embora se pense em um cruzamento de uvas: a espanhola Moscatel com a Criolla, ou País, em solo argentino.

 

Encontra-se em todo território, de Salta, ao norte, até o Rio Negro, na Patagônia.

 

Mas é no Valle do Cafayate, em Salta, que a variedade da uva Torrontés ganhou o mundo.

 

É uma zona com um microclima especial, com vinhedos em alturas de até 3.000 metros e poucas chuvas, o que permite um desenvolvimento excepcional da Torrontés.

 

Os Torrontés da região de Cafayate possuem uma personalidade forte. São frutados, saborosos e com um retrogosto prolongado na boca.

 

Outras regiões que também são conhecidas produtoras de Torrontés é a região do Vale de Famatina, em La Rioja, e as regiões desérticas de Mendoza, graças ao seu clima seco.

 

A uva Torrontés possui três variantes:

  • a Mendocina;
  • a Sanjuanina;
  • e a Riojana.

 

Sendo esta última a mais importante, de maior valor enológico e relevância comercial.

 

 

História da uva Torrontés e mais surpresas...

 

O início da identificação desta nova cepa foi complexo e acidentado. Provavelmente teve início com os Jesuítas.

 

Na vinha do Colégio de Nossa Senhora da Boa viagem foi cultivada a uva preta e a Moscatel de Alexandria durante todo o século XVIII. Foi neste cenário que nasceu a uva Torrontés.

 

Provavelmente ela foi conviveu misturada com outras cepas, sem que os viticultores percebessem que era um vinhedo diferente.

 

Quando eles a encontraram entre as vinhas cuyanas, não sabiam onde enquadrá-la. Não havia estudos sobre esta cepa, nem nome. Ela simplesmente não existia.

 

Como Mendoza foi o principal polo de interesse dos viticultores jesuítas até o fim do século XVIII, quando foram expulsos, acredita-se que foi nesta região que se originou a uva Torrontés.

 

O registro mais antigo do nome “Torrontés” vêm do estudo de Damián Hudson, em 1860.

 

 

Características da “incomum” uva Torrontés

 

A maior parte dos vinhos Torrontés não passa por barris de madeira, o que adiciona bastante frescor e concede ao vinho uma coloração mais clara.

 

É um vinho branco, com tom amarelado claro, que por vezes desenvolve matizes dourados ou esverdeados.

 

Seu aroma lembra rosas, jasmins, gerânios, além de nota de ervas e especiarias.

 

Apesar de um olfato doce, é seco e intenso no paladar. Na boca, surgem sabores de salada de fruta pura, com toques de orégano e mel. Possui uma acidez refrescante.

 

Lembrando que é um vinho que deve ser consumido jovem e a baixas temperaturas, cerca de 8 ºC. O que o torna perfeito para dias mais quentes.

 

 

Harmonização com vinhos da uva Torrontés

 

Os vinhos Torrontés são ideais tomar como aperitivo antes de uma refeição.

 

Também pode acompanhar pratos com peixes, aves leves e frutos do mar, como ostras ou mariscos.

 

Também harmoniza muito bem com pratos exóticos e picantes, cheios de especiarias e aromas como os da Índia, China e Tailândia.

 

Agora é só saborear um bom Torrontés, ouvindo Carlos Gardel e sonhando com a união e a liberdade. Pela América Latina!

 

É muito.... (mas você merece).