Região do Beaujolais – Muito Além do Beaujolais Nouveau
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A conhecida região do Beaujolais é responsável pela fabricação de vinhos que sempre tiveram muito destaque.
É lar do Beaujolais Nouveau, vinho que ficou muito famoso e há décadas é disputadíssimo, sendo colocado nas prateleiras logo depois da terceira quinta-feira de novembro.
Mas hoje a região possui diversos outros destaques que valem a pena serem conhecidos.
A História da Região do Beaujolais
O vinho nesta região é produzido desde a época do Império Romano (provavelmente para “manter os legionários felizes”, como afirmam alguns textos antigos).
O vinhedo mais conhecido nessa época era o Brulliacus, que eram localizados ao lado do Monte Broilly.
Porém, na Idade média, a tarefa foi assumida pelos monges Beneditinos. No século X, esta região foi controlada pelos Lordes de Beaujeu (de onde tirou seu nome) até quando foi cedida ao Duque da Borgonha, no século XV.
Mas, por muito tempo, os vinhos desta região ficaram confinados às proximidades de Lyon, até que, no século XIX, com o desenvolvimento das linhas de trem na França, eles alcançaram o rico mercado parisiense.
O Beaujolais Nouveau
Pode-se dizer que houve, durante a década de 80, uma “febre de Beaujolais” que tomou conta dos produtores e dos consumidores.
Principalmente graça ao gênio criativo de negociantes como Georges Duboeuf, que investiram pesado no marketing.
Estes vinhos foram vendidos como “mais palatáveis e de fácil consumo”, o que, com o tempo, passou a ter reputação negativa entre críticos e consumidores mais exigentes.
Por causa disso, no começo do século XXI, os produtores começaram a ficar com um excedente de Noveau, e foram obrigados a destilar este excesso.
Características da Região de Beaujolais
São, nesta região, 18.500 hectares, com cerca de 2.600 produtores com que fabricam 1.5 milhão de garrafas por ano.
De todos estes hectares, pouco mais de 200 são de Chardonnay. No resto, a Gamay impera. Ou melhor, a Gamay Noir à Jus Blanc.
Essencialmente, existem dois métodos para fazer Beaujolais. O método clássico é a maceração semi-carbônica nos quais as uvas são fermentadas inteiras em um ambiente rico em dióxido de carbono.
A maceração carbônica fermenta com a uva, liberando muita cor e sabores frutados sem tanino.
O tempo da maceração depende do estilo do vinho. Para o Nouveau, o contato com a pele é mínimo.
Há também uma maneira mais rápida de macerar, aquecendo as uvas.
A termovinificação, como é chamada, faz bem o trabalho, mas é frequentemente usada em excesso.
Os Vinhos da Região do Beaujolais
São cerca de 38 vilas que produzem o vinho do Beajolais oficial. As bebidas são mais escuras na cor, e tem um tom mais mineral.
Mas o “crème de la crème” são os Beajolais Crus, que são hoje atualmente os grandes destaques da Região de Beaujolais. São complexos e com ótimo envelhecimento.
Elas são:
Saint Armor: vinhos leves, frutados, florais, com notas de violeta e pêssegos;
Juliénas: com solo vulcânico, com muito granito e argila, resultando em força estrutura e habilidade de envelhecer. Os vinhos são florais, com toques de violeta e canela;
Chénas: aqui os vinhos são um pouco mas amadeirados, e toques florais de rosas e taninos aveludados;
Moulin-à-Vent: vinhos de boa complexidade e estrutura, com cor rubi. De todos os Cru são os mais encorpados e tânicos;
Fleurie: leves e aromáticos, são mais “femininos”, com sabor de frutas maduras e pêssego;
Chiroubles: aqui se encontram Beaujolais clássicos, refinados, aveludados e elegantes;
Morgon: vinhos que envelhecem de 5 a 10 anos, com palato de cereja, ameixa e pêssego;
Régnié: os melhores vinhos jovens da região, com aroma de groselha e cerveja;
Côte de Brouilly: com sabor único e mineralidade, com aromas de uvas frescas e acidez refrescante;
Brouilly: a mais conhecida área do Beaujolais, e também a localizada mais ao sul, o que resulta em vinhos mais mediterrâneos.
Assim sendo, não fique limitado ao Beaujolais Nouveau e descubra os “Crus” da região do Beaujolais. Você não vai adorar.