Região do Dão: A Borgonha Portuguesa
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A Região do Dão é muito tradicional e orgulha-se de ser o berço da premiada Touriga Nacional, uma das castas mais emblemáticas de toda Portugal.
Eis que a Região do Dão ressurge no mercado vitivinícola com vinhos de alta grandeza, elegantes, inéditos e equilibrados.
E convida apreciadores críticos e experientes a degustarem os aromas e sabores com o melhor dos sorrisos.
Amparada bem ao centro do país, o Dão foi uma das primeiras regiões a receber o selo de demarcação para a produção de vinhos não licorosos na Península Ibérica. Tornava-se, assim, a Região Demarcada do Dão.
A Região inteira possui 376 mil hectares, dos quais 20 mil são destinados exclusivamente para o cultivo das vinhas.
Para se ter uma ideia da qualidade de seus vinhos, a Região é frequentemente chamada de “A Borgonha Portuguesa”.
Pioneirismo da Região
O Dão foi uma das regiões pioneiras na produção vitivinícola em Portugal, remontando aos primeiros anos do século XX.
Após ser reconhecida oficialmente como uma Região Demarcada – exclusivamente para produção vitivinícola – a Região do Dão sofreu fortes mudanças econômicas que impactaram negativamente a qualidade da produção de seus vinhos.
Em meados do século XX, a produção em larga escala, a formação de uma rede de adegas corporativas e o sistema de produção de vinhos “apenas para a venda” foram o estopim.
Logo, o Dão se via para trás enquanto assistia de perto a inovação e a prosperidade que Alentejo e Douro experimentavam.
Touriga Nacional e o Terroir dos Vinhos Grandiosos
O cenário da região só viria mudar nos anos 90, com a entrada de Portugal na Comunidade Europeia.
E a revogação do modelo monopolista que praticamente havia tirado o esplendor de Dão.
Assim, deu-se o recomeço. Novos empreendimentos viníferos e um novo nome. O Dão deixa de ser Região Demarcada e passa a ser Denominação de Origem Controlada.
Atualmente, 80% da produção se destina aos vinhos tintos e, desse total, no mínimo 22% são elaborados a partir da Touriga Nacional, que é a mais célebre das suas produções nativas.
As vinhas, de modo geral, encontram-se cultivadas em até 800 metros de altitude, contudo, vegeta em maior quantidade entre 400 e 500 metros.
A área está circundada por montanhas graníticas por três lados e dessa forma, não sofre tanta interferência da umidade que vem do Atlântico.
Os verões são secos e quentes, o que é um dos fatores que corroboram para a precoce maturação das uvas e por deixar o vinho encorpado e vibrante.
Em contrapartida, os invernos frios e chuvosos denotam uma região de vasta amplitude térmica, o que oferece aos vinhos, inúmeras faces de uma mesma casta.
É nesse solo de baixa fertilidade e acidentado relevo que o terroir tem sua mais magnífica expressão na Touriga Nacional.
Harmonicamente, desmanchando-se em sabores notáveis, aromas intensos, bom teor alcoólico e taninos encorpados e nobres.
Alfrocheiro Preto, Jaen e Seus Vinhos
Além da Touriga, outras cepas também recebem prestígio na Região do Dão: as uvas Alfrocheiro Preto e Jaen.
A primeira suscita aromas finos aos vinhos, ficando cada vez mais complexa conforme vai amadurecendo.
A Jaen, no entanto, confere aos vinhos aromas frutados, uma concentração alcoólica regular e taninos excelentemente macios e de extrema qualidade.
Ao percorrer as quintas da Região do Dão, pode-se observar a mais alta qualidade do vinho português, fundindo o velho terroir com os métodos de produção atuais.
É assim, beirando o antigo e o novo, que a Região do Dão reassumiu a produção de vinhos de ponta, maravilhando os seus degustadores com sabores e aromas de Portugal.