O Vale Central chileno é o nome que se dá para a produção vitivinícola derivada de diversos vales do Chile.

 

Se você é um entusiasta de vinhos, provavelmente deve saber sobre a existência de viticulturas distribuídas em vales.

 

E o Chile é a referência mais lembrada dentro desse regime.

 

Não à toa, a terra da Cordilheira dos Andes é o quinto maior país em exportação de vinhos do mundo, e o Vale Central possui um papel crucial nessa posição do ranking.

 

Mas… a que se deve toda essa prosperidade do Vale Central?

 

 

 

O Vale Central: Distinção em Cada Encosta

 

O Vale Central é composto pelos vales:

  • Vale do Maipo
  • Vale do Maule
  • Vale do Curicó
  • Vale do Rapel (que se divide em Colchagua e Cachapoal)

 

Cada um desses vales, por sua vez, possui características e peculiaridades próprias, o que vai impactar o produto final – o vinho – expressando em cada nota, um terroir distinto e agradável.

 

As diferenças entre eles são geradas em parte pela proximidade com o Oceano Pacífico, que traz consigo seus ventos frios e em parte pela presença ilustre da Cordilheira dos Andes.

 

O relevo e a maritimidade vão ocasionar na formação de solos distintos e até em microclimas diferentes.

 

Como cada uva carrega consigo as características do lugar em que é plantada, essa região é responsável por cultivar diferentes cepas e originar vinhos dos mais diferentes tipos.

 

 

O Vale Central: Imigrantes Gauleses Trouxeram Tradição Francesa

 

Outro motivo para a variedade de uvas existentes no Vale Central foi a imigração de gauleses que trouxeram algumas espécies para cultivar nessa região.

 

Foi a partir desse período que se instalaram no vale chileno as cepas de Chardonnay, Cabernet Sauvignon, a uva Merlot, Cinsault, a Carignan e a Carménère.

 

Dentre os vales mais produtivos, destaca-se o Vale do Maule com destaque de qualidade para a variedade da uva Carménère.

 

 

O Vale central: Em cada solo, uma cepa próspera

 

Um dos pontos mais interessantes sobre o Vale Central é a forma como os agentes naturais modelam o relevo, influenciam no microclima e determinam o tipo de cepa que se adaptará melhor a esse micro área.

 

Por exemplo, a variedade Cabernet Sauvignon pode ser cultivada com sucesso tanto no Vale do Maipo quanto no Vale de Rapel, cada um por um motivo diferente.

 

No Vale de Rapel, a presença de um solo rochoso e com baixa atividade freática (pouca disponibilidade hídrica) aliado à alta taxa de amplitude térmica (diferença entre a maior e a menor temperatura nessa área em um dia) vai favorecer o grau de maturação da Cabernet Sauvignon, aprofundando seu sabor.

 

Essa parte do vale, portanto, produz uvas com um sabor mais profundo e maduro.

 

Já a Cabernet Sauvignon que é cultivada no vale do Maipo (de onde provém mais da metade da produção dessa cepa) conta com a influência direta do Rio Maipo. Onde as águas do rio servem para regular a temperatura e fornecer a irrigação dos vinhedos.

 

E para não deixar de destacar a área a sotavento da Cordilheira da Costa, o Vale do Curicó possui um clima quente e úmido, já que todo o ar frio é impedido de passar pela barreira natural da montanha.

 

Quem se beneficia com isso é a produção de Carménère, que por tamanha perfeição em seu desabrochamento são conhecidos por todo o mundo, não sendo surpresa o fato de que somente desse Vale derivem vinhos para mais de 70 países ao redor do mundo.

 

Em outras palavras, o Vale Central se constitui como uma mina de ouro de cepas premiadas e irrigadas com tradição centenária.

 

Não apenas contribuindo para a economia do Chile, mas conquistando os mais exigentes paladares ao redor do mundo.