O vinho Barolo é simplesmente considerado o melhor de toda Itália. E a competição lá é bem acirrada. Então vamos ver o que faz deste vinho ser tão especial.



Existem vinhos comuns, ordinários, que compramos por vezes em mercados e não nutrimos muitas expectativas em torno dele.


Mas também temos vinhos com maior qualidade, pois são um pouco mais renomados, e trazem algo a mais.


Além disso, também existem vinhos realmente especiais, envelhecidos ou com Denominação de Origem Controlada, que trazem o melhor que as uvas podem oferecer. E existe o Barolo. É sobre ele que falaremos a partir de agora.



O Que É Barolo?


Barolo é o tinto produzido no território chamado Piemonte (Itália), sendo, portanto, o símbolo desta região.


Os vinhos são feitos da Nebbiolo, que vem a ser uma variedade de uva vermelha, a qual possui casca fina, geralmente rica em ácidos e taninos.


No Piemonte, a Nebbiolo é uma das primeiras variedades que começam a brotar, mas, na hora da colheita, é ao contrário.


Pois ela é a última a ser colhida, sendo que a colheita geralmente ocorre no final de outubro.


Contudo, vinhos Barolo devem ser compostos exclusivamente por Nebbiolo, sem exceções.


O enólogo da Fontanafredda (famosa vinícola italiana), Danilo Drocco, compara o Barolo a “uma pessoa adorável que precisa ser descoberta pouco a pouco.


Isso porque, como ele próprio costuma dizer: “Toda vez que você abre uma garrafa deste vinho, transmite emoções e sensações únicas.”


Os vinhos são tão ricos quanto encorpados, sendo que os taninos e também a acidez se apresentam de forma bastante ressaltada.


O vinho Barolo, frequentemente, é comparado aos grandes Pinot Noirs da Borgonha.


Nos regulamentos do DOCG, vinhos devem envelhecer por ao menos dois anos em carvalho e um ano em garrafa.


Além disso, são necessários cinco anos (três em carvalho) para a rotulagem Riserva, ambos com um teor alcoólico mínimo de 13%.



Uma História Curiosa


A história do Barolo remonta há cerca de 2.500 anos, com os homens e mulheres de Ligui Stazieli, os quais construíram as primeiras estruturas rudimentares de cultivo de uvas.


Mais tarde, temos os gauleses, cuja conquista dos territórios além dos Alpes foi motivada em parte pelo gosto pelo vinho produzido nesta região.


Os próprios romanos ficaram tão impressionados com a qualidade do vinho produzido na região de Alba, que Júlio César – quando voltava das Guerras Gálicas – levava boa quantidade para Roma.


A fama definitiva surgiu quando, em 1751, um grupo de diplomatas de Piemonte enviou a Londres um lote de "Barol".


Foi um sucesso tão grande que até o futuro presidente dos EUA, Thomas Jefferson, que viajava pela Europa na época, mencionou as excelentes qualidades do vinho em seu diário, descrevendo-o como “quase tão gentil quanto o Bordeaux e tão animado quanto Champanhe.”


Veja como era o Barolo na época: um vinho espumante doce, consequência de diferentes processos de produção de vinho, pois ainda não sabiam como tirar todos os açúcares do mosto.


O Barolo Moderno


O Barolo moderno é considerado nascido por volta de 1830.


O marquês Falletti era um grande proprietário de terras em Alba, no Piemonte, com uma grande plantação de uva Nebbiolo.


Após seu falecimento, sua esposa, Giulia, herdou sua propriedade e chamou o enólogo Louis Oudart, que aplicou novas técnicas de produção.


Neste momento, o Barolo se tornou tão popular que seu nome chegou aos ouvidos do rei Carlos Alberto da Sardenha.


Por solicitação real, originada na curiosidade por um vinho que começava a ser comentado em toda a Europa, Giulia enviou 325 carroças ao rei.


Cada carroça continha um barril de vinho Barolo, um para cada dia do ano (exceto os 40 dias da Quaresma), para que o rei e sua corte pudessem deliciar-se com o vinho da marquesa todos os dias.


Daí em diante, ele só ficou mais e mais popular.



Características Do Barolo


O verdadeiro elemento central – que o torna um dos rótulos mais aclamados pela crítica do mundo inteiro – é seu refinamento complexo.


Os melhores Barolos normalmente exibem elementos balsâmicos e florais frescos, com notas de alcaçuz preto, menta e eucalipto.


Tudo isso em harmonia com características terrenas, austeras e semelhantes ao alcatrão.


Essas características existem para nos lembrar do território nativo, e que são alguns dos principais fatores atraentes para produtores e consumidores.


Ainda é possível sentir certo tom de ervas, além de tabaco, frutas vermelhas, café, chocolate e trufas.


Algumas harmonizações brilhantes para se fazer junto a este o vinho são:


  • Carne vermelha em bifes;

  • Steak Tartare;

  • Pato;

  • Costela;

  • Fígado;

  • Pratos no qual possa s sentir um sabor predominante de cogumelos;

  • Um risoto cheio de sabor;

  • Chocolate meio amargo e com alto nível de cacau;

  • Queijos fortes, como Gorgonzola.


Experimentar um Barolo é entrar em contato com o que há de melhor na fina arte dos vinhos.