O Vinho Tokaji é uma experiência que nos coloca em proximidade com as tradições e a alma húngara de uma forma que nenhum outro faz.

 

Nome dos vinhos que vêm da região de Tokaj (ou Tokaj-Hegyalja – Colinas de Tokaj), são doces e marcantes, tanto que o “néctar” destes vinhos são mencionados até mesmo no hino nacional da Hungria.

 

Mas não é na Hungria que pensamos quando falamos de vinho, não é mesmo? Então vamos mudar isto agora!

 

 

A Imperial História do Vinho Tokaji

 

A história conta que Zsuzsanna Lórántffy (que era esposa do príncipe György Rákóczi - grande proprietário de terras da região) e seu gerente de vinhedos, László Máté Szepsi, decidiram adiar a colheita nas extensas vinhas da família quando a invasão turca era iminente.

 

No momento em que chegaram à colheita, perceberam que as uvas foram afetadas pelo fungo Botrytis Cinerea, que as transformou em passas murchas.

 

Os produtores de vinho decidiram usá-los de qualquer maneira, e o Tokaji nasceu. Isto ocorreu por volta de 1620.

 

A “invenção” do vinho Tokaji como é conhecido hoje é atribuída a Szepsi, conforme escreve Miles Lambert-Gócs no livro “Tokaj Wine: Fame, Fate, Tradition”. Não é a toa que ele é chamado de Dom Perignon da Hungria.

 

Este vinho doce conquistou as cortes europeias, sendo inclusive chamado por Luís XIV de “rei dos vinhos e vinho dos reis”, sem dizer que:

 

  • Thomas Jefferson;

  • Rainha Vitória;

  • Papa Pio IV

  • Voltaire: (“Tokaji traz vigor a menor fibra do meu cérebro e me revive a faísca encantada da sabedoria e do bom humor”)

  • Alexandre Dumas.

 

E muitas outras personalidades já renderam louvores ao Tokaji.

 

 

Vinho Tokaji: Classificação, Composição e Características

 

Temos que realçar a importância do fungo Botrytis Cinerea, que resulta na conhecida “podridão nobre”, que deixa os vinhos bem mais doces.

 

Pode-se classificar os vinhos Tokaji em:

 

  • Száraz: são vinhos secos não afetados pela podridão nobre;

  • Szamorodni: feito com alta proporção de uvas botritizadas, com alto teor alcóolico;

  • Aszú: Este é o mais famoso de todos, com cor de topázio. Neste tipo, as uvas são colhidas individualmente, para ser recolhidas em grandes cestos (chamados “puttonyos”, que cabem 25 quilos de uvas botritizadas) e pisoteadas até formar uma pasta;

  • Eszencia: um dos mais exclusivos do mundo, mas não pode ser considerado um “vinho” de verdade pelo seu alto teor de açúcar. Tem a consistência de um mel e é tradicionalmente servido em uma colher de sopa.

 

As uvas que formam o vinho Tokaji são:

 

  • Furmint: plantada em 70% das vinícolas, branca, de maturação tardia e favorável ao fungo Botrytis;

  • Hárslevelu (folha de tília): muito aromática, com perfume de mel e especialistas, menos atacada pelo fungo;

  • Sárgamuskotály: uma uva moscatel amarelada, de aroma intenso.

 

Ainda podem entrar as cepas:

 

  • Kabar;

  • Zéta;

  • Kövérszõlõ.

 

O vinho Tokaji é forte, frutado, com personalidade, que equilibra acidez e doçura com maestria e é uma experiência que todo apreciador de vinho deve ter uma vez na vida. Experimente você também!