O vinho verde é o que se chama de Denominação de Origem Controlada, proveniente exclusivamente de uma determinada região de Portugal, se constituindo em uma variedade de vinhos jovens e leves, com teor alcoólico moderado.

 

A denominação de vinho verde não está atrelada ao tipo de uva, mas, a uma característica produtiva regional, do extremo norte de Portugal – na província chamada Minho – em que se propõe o consumo logo após o engarrafamento, ou seja, são vinhos não envelhecidos e justamente por isso, considerados “verdes”, embora existam outras explicações possíveis para o nome.

 

Esta região geográfica, demarcada pelos rios Minho e Douro, é uma produtora tradicional de vinhos, tendo sido referenciada já na antiguidade, pelos romanos Sêneca e Plínio, sobrevivendo a queda do império romano, atravessando as idades média e moderna, com a produção das vinícolas locais, em grande parte, estando sob a batuta de ordens religiosas.

 

Apesar desta longa história, foi apenas no século XX, a partir de 1908, que o vinho verde começou a ter sua produção regulamentada pela legislação portuguesa para enfim, em 1984, ser reconhecido como Denominação de Origem Controlada (DOC).

 

 

As Castas de Uvas e Suas Características Gerais

 

Das variedades de uvas utilizadas na produção do vinho verde, existem algumas mais conhecidas e apreciadas, dignas de uma breve apresentação individual, sobretudo porque, embora possam ser eventualmente combinadas, muitas das marcas produzidas mais destacadas são monovarietais.

 

A primeira das castas é o Alvarinho, variedade branca proveniente das sub-regiões de Melgaço e Monções.

 

Uma de suas principais características é o aroma complexo que sai do frutado, passando pelo floral e amendoado, até chegar ao caramelizado.

 

Outra casta branca é o Loureiro, que rende vinhos de acidez elevada, com aromas marcadamente frutais, florais e minerais.

 

Além destas, ainda temos Arinto, Avesso e Trajadura que, como dissemos, por vezes, podem ser encontradas combinadas.

 

Mas, o vinho verde não se resume as castas brancas, sendo o Vinhão a casta para vinhos tintos mais reconhecida da região.

 

E aqui, é preciso dizer que a principal diferença entre tintos e brancos é que estes últimos servem bem, tanto como acompanhamento a mesa, quanto como aperitivo fora dela, enquanto o vinho verde tinto costuma pedir acompanhamento, sendo normalmente mais forte que as variedades brancas.

 

Para terminar, temos ainda a casta Espadeiro, para os vinhos rosados.

 

 

As Características Gerais Definidoras do Vinho Verde

 

Apesar da variedade de castas, existem alguns traços gerais definidores do vinho verde a começar pelo frescor, resultado direto das características do solo e do clima da região do Minho que determinam o processo produtivo, conferindo aos vinhos uma maior concentração de ácido málico, de forma a recomendar seu consumo enquanto ainda jovens.

 

De teor alcoólico e calórico relativamente baixo, o vinho verde é notadamente frutado e leve, sendo melhor combinado com saladas, carnes brancas e frutos do mar, embora, como ressaltado anteriormente, as castas brancas possam ser apreciadas como aperitivos.

 

É o segundo tipo de vinho mais exportado de Portugal, atrás apenas, do famoso vinho do porto.

 

E, por todos os motivos citados, trata-se de uma variedade que, além de exclusiva, se torna obrigatória tanto para os connoisseurs, quanto para os apreciadores de vinhos em geral.

 

E então, o que acha de apreciar o paladar excêntrico de um bom vinho verde?